O Brasil tem a Menor Percentagem de Católicos na História
O Censo 2022, divulgado em 06 de junho de 2025, revelou um dado alarmante: a Igreja Católica no Brasil viu sua participação na população cair para 56,7%. Esse é o menor número registrado desde o início da coleta de dados sobre religião no país, o que representa uma queda significativa em relação aos 64,6% registrados em 2010. Essa mudança reflete uma tendência crescente de distanciamento de grandes instituições religiosas, especialmente entre os jovens e nas áreas urbanas. Além disso, a secularização da sociedade tem impulsionado o afastamento de grupos religiosos mais tradicionais.
Evangélicos no Brasil: Crescimento Recorde
Por outro lado, os evangélicos registraram um aumento recorde, alcançando 26,9% da população brasileira. Esse crescimento está estreitamente ligado ao fortalecimento de igrejas pentecostais e neopentecostais, que se destacam não apenas pela sua doutrina, mas também por suas estratégias de comunicação eficazes e ações sociais. Com isso, essas igrejas têm aumentado sua visibilidade, especialmente nas periferias, além de desempenharem um papel importante na política nacional. Consequentemente, a crescente adesão ao movimento evangélico pode ser atribuída ao impacto direto dessas comunidades na vida cotidiana de muitos brasileiros.
Espiritismo no Brasil: Queda no Número de Seguidores
O espiritismo, que experimentou crescimento entre 2000 e 2010, agora enfrenta um recuo significativo em 2022. Embora ainda exerça uma forte influência cultural e institucional, especialmente no Sudeste, o movimento espírita perdeu espaço nas estatísticas religiosas do Brasil. Isso se deve principalmente à concorrência com outras religiões que têm uma abordagem mais direta e prática em relação às questões sociais e espirituais contemporâneas. Ademais, as igrejas evangélicas e outras correntes religiosas têm atraído seguidores com promessas mais imediatas e visíveis de transformação social.
Religiões Afro-Brasileiras: Triplicam o Número de Seguidores
Por outro lado, as religiões de matriz africana, como candomblé e umbanda, têm registrado um crescimento impressionante, mais que triplicando seu número de adeptos desde 2010. De 127 mil em 2010, esse número saltou para mais de 400 mil pessoas em 2022. Esse aumento está diretamente ligado à crescente valorização da identidade afro-brasileira, bem como ao esforço contínuo de combater a intolerância religiosa. Portanto, essas religiões estão não apenas ganhando mais adeptos, mas também se tornando cada vez mais visíveis e respeitadas em uma sociedade que luta por maior inclusão.
O Crescimento dos “Sem Religião” no Brasil
Outro dado significativo do Censo 2022 é o aumento do número de brasileiros que se declaram sem religião, alcançando 9,3% da população. Esse grupo inclui ateus, agnósticos e aqueles que seguem uma espiritualidade independente, e tem crescido especialmente entre os jovens e em áreas urbanas. Esse aumento reflete a crescente secularização da sociedade brasileira, com muitos indivíduos se afastando das religiões tradicionais. Além disso, muitos jovens buscam formas de espiritualidade mais fluídas e menos institucionalizadas, sem a necessidade de vinculação a uma religião específica.
O Impacto das Mudanças Religiosas no Brasil
O Censo 2022 revela uma reconfiguração profunda da religião no Brasil, com o país se tornando mais plural e diverso. A queda histórica dos católicos e o crescimento dos evangélicos indicam um movimento mais fragmentado, no qual as tradições religiosas estão se diluindo. Consequentemente, a maior diversidade religiosa terá implicações culturais, sociais e políticas significativas. Por fim, o aumento de adeptos das religiões afro-brasileiras e o crescimento dos “sem religião” apontam para novos desafios, principalmente no que diz respeito à convivência religiosa e ao combate à intolerância.
Esses dados destacam a crescente importância da convivência entre diferentes crenças. Para mais informações sobre as mudanças religiosas no Brasil, você pode consultar os detalhes completos do Censo 2022.